Empate Controverso e suas Implicações Jurídicas no Futebol
A recente partida do Campeonato Carioca, que culminou em um empate polêmico envolvendo o Vasco da Gama, trouxe à tona um tema recorrente nas esferas esportivas: a interpretação e aplicação das regras que regem o futebol profissional no Brasil. No entendimento do técnico do Vasco, Itair Carille, a insatisfação da torcida e dos profissionais da área é um reflexo de uma realidade que se perpetua nas competições, onde decisões erradas podem influenciar diretamente os resultados.
O Impacto das Decisões Arbitrais
O Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) estabelece, em seu artigo 1º, que “todos os atletas, dirigentes, membros de comissões técnicas e demais pessoas vinculadas, direta ou indiretamente, às entidades desportivas estão obrigados a observar e respeitar as disposições deste Código”. Este dispositivo ressalta a importância da conformidade às normas, no entanto, o questionamento que se faz é até onde a responsabilidade da arbitragem se estende, e como as instituições devem proceder diante de erros que poderiam ser corrigidos através de recursos tecnológicos, como o VAR.
Responsabilidade Civil e os Erros de Arbitragem
A jurisprudência brasileira aponta que, em determinadas situações, a entidade responsável pela gestão da competição pode ser responsabilizada civilmente por erros de arbitragem. O artigo 927 do Código Civil Brasileiro prevê que aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Nesta lógica, surge a dúvida: qual a extensão das consequências legais para uma entidade que falha em garantir um jogo justo e transparente?
- Quais as implicações de decisões arbitrais prejudiciais às equipes?
- Como os clubes podem resguardar seus direitos em caso de erros que afetem a competição?
- Há precedentes judiciais que garantam a reparação de danos em casos semelhantes?
O Papel da Torcida e a Influência da Mídia
A indignação manifestada pela torcida não deve ser subestimada. O artigo 5º, inciso XXIV da Constituição Federal assegura que “é garantido o direito de propriedade”, levando-nos a refletir sobre a “propriedade emocional” que os torcedores têm em relação aos seus clubes. A desavença pública e as críticas veiculadas pela mídia em relação ao desempenho da arbítragem são elementos que refletem a insatisfação e podem garantir uma pressão por mudanças no regulamento e nas práticas de arbitragem.
O que Esperar das Medições Futuras?
Enquanto os advogados esportivos se debruçam sobre essa análise, a pergunta que persiste é: o futebol nacional está preparado para um modelo que considere a tecnologia uma aliada na resolução de controvérsias? Com o advento do VAR, a expectativa é de que erros clamorosos sejam minimizados, porém, a eficácia desse sistema ainda encontra resistência e desconfiança.
Em conclusão, a discussão sobre a eficiência da arbitragem no futebol não se limita ao campo desportivo. Ela se ramifica em questões jurídicas que vão desde a responsabilidade civil das entidades e árbitros até a legislação que ampara os direitos dos torcedores. O que se percebe é que as nuances do direito desportivo estão cada vez mais interligadas com as emoções e expectativas de todos os envolvidos.
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Autor: Ana Clara Macedo