Câmara aprova dispensa de custas iniciais em ações de cobrança: impacto na advocacia
Em um importante desdobramento legislativo, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que altera substancialmente o processo de cobrança no Brasil, dispensando os advogados da obrigatoriedade de adiantar custas judiciais em ações de cobrança. Esta mudança, prevista na proposta que modifica a Lei de Custas do Estado, visa facilitar o acesso à Justiça e esvaziar o peso financeiro que muitas vezes recai sobre o profissional que atua em defesa de seus clientes.
Por que essa mudança é relevante para a advocacia?
É inegável que a lei, ao desonerar o advogado do pagamento de custas iniciais, pode reduzir as barreiras que muitos clientes enfrentam ao buscar os serviços jurídicos. Historicamente, a necessidade de custas adiantadas tem sido um impedimento para diversos litigantes, limitando o acesso à Justiça a apenas aqueles que possuem maior capacidade financeira. Essa nova proposta se alinha ao princípio da ampla defesa e do contraditório, consagrado no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal.
Aspectos jurídicos da proposta
A proposta, agora aprovada na Câmara, institui a dispensa do pagamento antecipado de custas processuais nas ações de cobrança, alinhando-se também com os preceitos estabelecidos no Código de Processo Civil. O novo texto permite que os advogados ingressem com as ações sem a obrigação de antecipar os custos, a ser feito posteriormente, conforme a decisão judicial ou o resultado da demanda.
- Princípio da gratuidade da Justiça: A decisão reitera o direito à gratuidade, conforme o artigo 98 do CPC, que assegura o direito ao acesso à Justiça sem a imposição de custos excessivos.
- Celeridade processual: A diminuição de pré-requisitos financeiros pode contribuir para a desburocratização e a celeridade dos processos de cobrança, um anseio recorrente na advocacia.
- Legislação complementar: O Congresso deve agora regulamentar esta mudança por meio de legislação complementar, definindo detalhes sobre a execução dessa nova norma.
Jurisprudência e precedentes
É importante que os advogados estejam atentos à jurisprudência relacionada ao tema. Juízos em várias instâncias têm decidido com base em precedentes que garantem a proteção dos direitos dos litigantes mais vulneráveis. Além do impacto financeiro, esses casos reforçam o entendimento de que a Justiça deve ser acessível a todos, independentemente de sua condição econômica.
Qual o próximo passo para a execução dessa lei?
Ainda que a aprovação inicial na Câmara represente um avanço, o projeto deve ser analisado pelo Senado e pode sofrer novas alterações. Portanto, é crucial que a classe advogada esteja vigilante e atenta a cada passo desse processo, participando das discussões e propondo melhorias que assegurem a efetividade da norma.
Reflexões finais
O fortalecimento do direito de acesso à Justiça é uma conquistas que beneficia não apenas os advogados, mas toda a sociedade. A nova legislação em tramitação oferece uma oportunidade única para que os profissionais jurídicos reavaliem suas estratégias e modelos de trabalho diante das mudanças que se aproximam. Trata-se de um convite à inovação e ao aprimoramento da prática advocatícia.
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Autor: Luísa Bianchi