admin Março 9, 2025 0 Comments

O Direito ao Silêncio: Uma Garantia Inegociável no Tribunal

Em tempos de crescente judicialização e com a complexidade dos processos penais, a aclamada garantia do direito ao silêncio do acusado se torna um dos pilares mais robustos do Estado Democrático de Direito. Assim, como advogados, é fundamental compreendê-lo não apenas como um direito, mas como uma salvaguarda essencial em um sistema judicial que busca equilibrar a busca pela verdade e os direitos fundamentais do indivíduo.

Por Que o Direito ao Silêncio é Fundamental?

O direito ao silêncio, consagrado no artigo 5º, inciso LXIII da Constituição Federal, estabelece que “o acusado tem o direito de permanecer em silêncio, sendo-lhe assegurada a assistência de advogado”. Esta disposição constitucional deixa claro que a escolha do acusado de não se manifestar em juízo não pode ser interpretada em seu desfavor.

Em diversas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), tem-se reafirmado a importância do respeito a essa garantia. Em especial, a jurisprudência tem enfatizado que qualquer tentativa de coação ou pressão para que o acusado se pronuncie em audiência viola princípios constitucionais fundamentais. Assim, a atuação do advogado é crucial para assegurar que o direito ao silêncio seja respeitado, evitando possíveis abusos no trato com o réu.

As Implicações Práticas na Atuação Jurídica

Na prática, o advogado deve estar atento a alguns aspectos centrais em relação ao direito ao silêncio:

  • Aconselhar o cliente sobre suas opções antes de qualquer interrogatório: o silêncio deve ser uma escolha consciente.
  • Monitorar a forma como a acusação conduz o interrogatório, garantindo que a defesa esteja presente e que os direitos do acusado sejam respeitados.
  • Utilizar a ausência de declaração como um elemento de estratégia defensiva, quando pertinente, para sustentar a presunção de inocência do réu.

Jurisprudência Pertinente

A análise de casos como o HC 141.949 do STF, onde o tribunal reafirmou a inafastabilidade do direito ao silêncio, ilustra como essa garantia pode ser valorizada como uma defesa robusta durante o julgamento. A decisão demonstrou que forçar o acusado a depor pode ser entendido como uma violação de suas garantias processuais, o que consequentemente compromete todo o julgamento.

Reflexão Sobre a Prática Profissional

A insistência em respeitar este direito ao longo do processo penal reflete não apenas uma questão técnica, mas também uma postura ética do advogado, cuja função é, primordialmente, zelar pela justiça. Assim, o advogado se torna um pilar de proteção dos direitos e garantias individuais, assegurando que a busca pela verdade não obscureça os direitos do acusado.

Diante deste contexto, a educação contínua sobre garantias constitucionais é imperativa para os profissionais da advocacia, visando o fortalecimento da prática jurídica e a defesa dos direitos fundamentais.

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Autor: Mariana B. Oliveira