Responsabilidade Civil de Advogado: Limites da Liberdade de Expressão no Tribunal do Júri

Responsabilidade Civil de Advogado: Limites da Liberdade de Expressão no Tribunal do Júri

No cenário jurídico contemporâneo, questões envolvendo a responsabilidade civil de advogados em situações judiciais suscitam debates relevantes e necessários. Recentemente, um caso trouxe à tona a intricada relação entre a liberdade de expressão e a proteção da honra e da imagem de clientes em tribunais. O episódio envolve a condenação de um advogado, que, durante a defesa em um júri popular, afirmou que seu cliente seria advogado do Primeiro Comando da Capital (PCC), fato que gerou repercussões significativas.

O Conflito Entre Liberdade de Expressão e a Honra

O Direito brasileiro, em seu artigo 5º, inciso IX, garante a liberdade de expressão, mas este direito não é absoluto. A afirmação feita pelo advogado no juri superou os limites do exercício da profissão e adentrou no campo da ofensa à honra. O Código Civil, em seu artigo 186, prevê a reparação por danos decorrentes de ato ilícito, considerando que a prática da advocacia deve respeitar a dignidade e a imagem dos indivíduos, mesmo em condições adversas.

Decisão Judicial e Seus Reflexos

A decisão do tribunal de condenar o advogado a indenizar o cliente se fundamenta na análise dos direitos da personalidade, que incluem o respeito à imagem e à honra, previstos no artigo 5º do Código Civil. Neste contexto, o juiz destacou que a afirmação, ainda que realizada em contexto defensivo, não se justifica e extrapola o direito à liberdade de expressão quando provoca danos à dignidade do cliente.

Repercussões Práticas para a Advocacia

Para os profissionais da advocacia, a lição advinda deste caso é clara: a defesa de um cliente deve ser realizada com respeito às suas garantias pessoais. O advogado que tiver intenção de utilizar táticas agressivas em suas manifestações deve ponderar sobre as consequências legais de suas afirmações. O Código de Ética e Disciplina da OAB orienta que o advogado deve atuar com probidade, dignidade e respeito, reafirmando a necessidade de cautela nas declarações feitas em audiência.

Ademais, a jurisprudência tem se posicionado de forma rigorosa nos casos em que a honra e a imagem dos indivíduos são colocadas em risco em nome do exercício do direito de defesa. Todo advogado deve estar ciente de que sua atuação é regulada não apenas pelas normas legais, mas também por princípios éticos que estabelecem limites ao que pode ser dito em juízo.

Conclusão: Uma Lição para Advogados

Em suma, o incidente envolvendo o advogado e a declaração sobre vínculo com uma organização criminosa levanta questões cruciais sobre a prática da advocacia e os limites da liberdade de expressão. É vital que os profissionais estejam atentos às normas legais, éticas e à jurisprudência vigente, evitando desdobramentos que podem prejudicar não apenas seus clientes, mas também sua própria trajetória profissional.

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Autor: Maria Eduarda M.

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