Transformações na Justiça Tributária: Um Marco ou um Hábito?
A recente discussão acerca da Justiça Tributária, que ganha novo fôlego a partir de decisões judiciais e debates acadêmicos, suscita reflexões profundas sobre a adequação das normas tributárias frente às realidades econômicas contemporâneas. Medidas emergenciais adotadas em um cenário de crise revelam não apenas a necessidade de adaptação do sistema judiciário, mas também sua capacidade de inovação e resposta às demandas da sociedade civil.
Desafios e Avanços na Legislação Tributária
É imprescindível reconhecer os desafios enfrentados pela Justiça Tributária, que se entrelaçam com debates sobre a constitucionalidade e a legalidade das práticas adotadas pelos entes federados. O artigo 145 da Constituição Federal, que estabelece a previsão da ação tributária, compõe a espinha dorsal que fundamenta as discussões atuais.
- Constitucionalidade: As normas tributárias devem sempre respeitar os princípios da legalidade, isonomia e capacidade contributiva.
- Juriprudência: O papel dos tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF), é crucial na definição de diretrizes que orientem a aplicação das leis tributárias.
- Inovação Judicial: O uso de tecnologias e novas práticas processuais é uma resposta necessária às complexidades enfrentadas nas demandas tributárias.
A Importância da Uniformização dos Entendimentos
Outro aspecto central desta discussão é a urgência por uma uniformização dos entendimentos acerca dos tributos e a adoção de práticas que visem à celeridade. O Código de Processo Civil (CPC) de 2015 introduziu ferramentas que podem ser utilizadas também no âmbito tributário, assegurando maior efetividade e eficiência nas decisões. O artigo 1.015 do CPC, que prevê a possibilidade de ações de natureza urgente, pode muito bem ser aplicado às tutelas provisórias em matéria tributária, fortalecendo o acesso à justiça.
Reformulação da Mentalidade Jurídica
Para que possamos avançar verdadeiramente na transformação da Justiça Tributária, é fundamental que advogados e operadores do Direito adotem uma mentalidade reformista, que priorize o aprimoramento das práticas processuais e da legislação. A cultura da litigiosidade, muitas vezes exacerbada, pode ser substituída por um diálogo proativo entre empresas e Fisco, garantindo um ambiente mais salutar para a atividade econômica e a arrecadação fiscal.
As diretrizes estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal e pela Lei do Contribuinte Legal, embora ainda incipientes na prática, propõem uma redefinição de parâmetros que podem se traduzir numa justiça tributária mais justa e, acima de tudo, efetiva.
O Papel do Advogado na Nova Era da Justiça Tributária
É dever do advogado atuar não só como representante de interesses de seus clientes, mas como agente transformador do próprio sistema. A busca por soluções extrajudiciais deve ser uma constante, evitando-se a sobrecarga das instâncias judiciais e promovendo a conciliação e a mediação como formas de solução de conflitos tributários.
Conclusão
As propostas de modernização da Justiça Tributária devem ser acolhidas com responsabilidade, levando em consideração os aspectos jurídicos que envolvem a segurança jurídica e a previsibilidade das normas vigentes. O combate à ineficiência tributária não pode se dar à custa da violação dos direitos fundamentais que regem o ordenamento jurídico brasileiro.
Se você ficou interessado na justiça tributária e deseja aprofundar seu conhecimento no assunto, então veja aqui o que temos para você!
Por Memória Forense