Impactos das Convenções Processuais na Prática Jurídica: Um Desafio para o Julgador
O novo paradigma das convenções processuais, trazido pelo Código de Processo Civil de 2015, tem gerado amplos debates na comunidade jurídica. Na busca por maior celeridade e eficiência, como as partes e seus advogados podem alinhar suas expectativas quanto à autonomia processual? Este questionamento se torna ainda mais pertinente considerando a recente jurisprudência e a interpretação dos artigos que regem o tema.
O que são Convencões Processuais?
As convenções processuais, de acordo com o art. 190 do CPC, são acordos firmados entre as partes sobre o procedimento a ser adotado no processo. Esses acordos podem abranger desde a definição do rito processual até a escolha do juiz, inflacionando a tutela jurisdicional com flexibilidade e respeito à vontade das partes.
Articulação entre Advogado e Cliente
Para o advogado, o domínio das convenções processuais é essencial. É imperativo que se tenha clareza na comunicação com o cliente relativas às opções disponíveis, permitindo que decisões informadas sejam tomadas. A coleta de informações detalhadas sobre o caso, bem como a exploração de alternativas processuais, são fundamentais para uma atuação eficaz.
Vinculação do Julgador: Limites e Possibilidades
Uma das questões mais debatidas diz respeito à vinculação do julgador às convenções processuais. O art. 16 do CPC estabelece que as partes devem apresentar sua manifestação de vontade expressamente, criando, portanto, uma fama processual que o juiz deve observar. Contudo, até que ponto esta vinculação é absoluta? Em quais situações o julgador pode se desvincular dessa estrutura acordada?
Jurisprudência Recentes
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem enfatizado a necessidade de respeito ao pacto processual firmado entre as partes, porém, ressalta que os princípios da ordem pública e do devido processo legal não podem ser desconsiderados. Decisões como a do REsp 1.634.971/PR ressaltam que a autonomia da vontade das partes deve ser equilibrada com os fundamentos da Justiça e da legalidade.
Prática e Desafios
No dia a dia da atuação jurídica, o advogado enfrenta desafios singulares: convencer a parte adversa e o próprio cliente sobre a importância de firmar convenções benéficas, além de lidar com a resistência de um judiciário que, por vezes, hesita em reconhecer a autonomia das partes. A construção de uma estratégia robusta que contemple as expectativas de todos os envolvidos é um imperativo da prática jurídica contemporânea.
As convenções processuais representam uma enorme oportunidade de inovação na atuação dos advogados, permitindo um ambiente de negociação mais favorável e menos litigioso. Todavia, sua eficácia está atrelada ao comprometimento de todos os operadores do Direito em respeitar e promover a autonomia das partes.
Considerações Finais
A ampliação da prática das convenções processuais exige um esforço conjunto por parte dos advogados, de modo a harmonizar as expectativas de seus clientes e as exigências do Judiciário. Isso poderá garantir não apenas a celeridade processual, mas também a efetividade das decisões judiciais. Em um cenário cada vez mais competitivo e dinâmico, a compreensão e aplicação correta dessas convenções tornam-se diferenciais essenciais para o sucesso profissional.
Se você ficou interessado na matéria de convenções processuais e deseja aprofundar seu conhecimento no assunto, então veja aqui o que temos para você!
Autor: Luísa Bianchi