Manobra de Zambelli para Estadia nos EUA Complica Cenário Jurídico de Extradição
Em movimentação que intensifica ainda mais os embates jurídicos envolvendo figuras políticas brasileiras no exterior, a parlamentar Carla Zambelli (PL-SP) busca permanecer em solo norte-americano, mesmo diante de decisões judiciais brasileiras que requerem seu retorno e eventual responsabilização penal. Tal conduta, conforme apontam especialistas do Direito Internacional, representa não apenas um desafio diplomático, mas uma tentativa complexa e juridicamente delicada de obstrução ao processo de extradição.
Contexto Fático: O Pedido de Permanência e Seus Impactos Jurídicos
Segundo informações apuradas e divulgadas pela revista Consultor Jurídico (ConJur) em 5 de junho de 2025, Zambelli encontra-se nos Estados Unidos e teria solicitado extensão de sua permanência após o encerramento do prazo do visto. De acordo com a publicação, advogados da deputada afirmam que ela pretende aguardar definições jurídicas norte-americanas a fim de evitar retorno compulsório ao Brasil.
Direito internacional e os Princípios da Cooperação Jurídica
Nos termos da Convenção de Extradição entre Brasil e Estados Unidos, o país requerido (EUA) deve cooperar para a entrega de indivíduos sob investigação ou condenação, desde que preenchidos os requisitos legais. O artigo 5º do Decreto nº 60.417/1967 prevê limites à extradição, notadamente no que tange à natureza política dos atos imputados. Contudo, no caso de Zambelli, as acusações envolvem condutas típicas penais relacionadas com fatos não-políticos estreitamente ligados à prática de violência armada.
Possíveis consequências para o processo
- A tentativa de permanência pode configurar má-fé processual perante o Estado norte-americano;
- Há possibilidade de agravamento da postura do governo brasileiro junto ao Departamento de Justiça dos EUA, dificultando colaborações futuras;
- O uso de instrumento jurídico legítimo para fins meramente protelatórios pode ser caracterizado como fraude à jurisdição internacional.
Posição jurídica do Supremo Tribunal Federal
O STF, instância responsável por processar e julgar membros do Congresso Nacional, já se manifestou diversas vezes sobre extradições, aplicando os princípios do devido processo legal, ampla defesa e soberania nacional. A jurisprudência consagrada na Extradição 1.369 demonstra que o Brasil busca respeitar compromissos internacionais, mas não aceita instrumentalização de sua justiça por manobras evasivas.
As perspectivas para Carla Zambelli
O uso de expediente migratório para eventualmente evitar a jurisdição brasileira, embora não inédito, é visto com duras críticas no meio jurídico. A eventual negativa de extradição por parte dos EUA poderá reforçar vozes que demandam revisão nos tratados de cooperação penal, sobretudo quanto aos critérios de negação não previstos expressamente em tratados.
É esperado que o Itamaraty e o Ministério da Justiça se articulem diplomaticamente para garantir a observância dos trâmites legais e o respeito ao Estado de Direito. Caso contrário, abre-se perigoso precedente para outros jurisdicionados em situação similar.
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Por Memória Forense