Tribunais resgatam a história do Judiciário com acervo de processos emblemáticos
Em um esforço convergente para preservar a memória institucional do Judiciário brasileiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) inauguraram, em junho de 2025, uma exposição histórica singular, reunindo processos judiciais emblemáticos que atravessaram décadas e marcaram o destino jurídico e político do Brasil.
Convergência entre História e Direito
Denominada “Justiça em Documentos — Exposição de Processos Históricos Judiciais e Administrativos do STF e TRF da 2ª Região”, a mostra reúne decisões paradigmáticas de competência originária do STF e peças processuais do TRF-2, formando um importante acervo documental sob curadoria histórico-jurídica, estabelecendo pontes entre a doutrina, a jurisprudência e a evolução institucional do Estado brasileiro.
Acervo com valor jurídico e histórico inestimável
Entre as preciosidades expostas estão autos do processo do AI-5 – o Ato Institucional nº 5 – símbolo do endurecimento do regime militar e marco da suspensão das garantias constitucionais básicas. Também constam documentos da reação do Judiciário à abertura democrática e julgamentos constitucionais que criaram precedentes até hoje evocados por juristas e tribunais.
Referência ao artigo 5º da Constituição Federal
Muitos dos processos apresentados abordam, diretamente ou de forma reflexa, o artigo 5º da Constituição Federal de 1988, especialmente no que tange à inviolabilidade dos direitos civis, como a ampla defesa (inciso LV) e o direito de petição (inciso XXXIV), princípios frequentemente comprometidos em cenários de exceção política.
Espaço de educação histórica e jurídica
Localizada no Espaço Cultural Ministro Menezes Direito do TJ-RJ, a mostra tem duplo objetivo: resgatar a história do Judiciário e promover educação jurídica e cidadã, permitindo que estudantes, bacharéis em Direito, pesquisadores e operadores do direito mergulhem em fontes primárias que ajudaram a moldar o Estado Democrático de Direito.
Importância arquivística e os princípios da Administração Pública
A exposição também é um exemplo da aplicação do princípio da publicidade (constante no caput do artigo 37 da CF/88), bem como do dever de conservação documental, conforme previsto na Lei nº 8.159/1991, que trata da política nacional de arquivos públicos e privados. A iniciativa reforça o papel da memória institucional como escudo contra a repetição de abusos jurídicos e retrocessos sociais.
Cooperação interinstitucional como modelo
A realização da exposição foi resultado de vasta articulação entre o STF, TRF da 2ª Região, TJ-RJ e a Procuradoria Regional da República da 2ª Região. A parceria ressalta a importância da cooperação interinstitucional na preservação e divulgação de acervos que formam o patrimônio documental da República Federativa do Brasil.
Conclusão
A valorização da história judiciária transcende o campo simbólico e ingressa, por direito próprio, no plano da técnica jurídica, ao permitir uma compreensão contextualizada da dogmática constitucional e processual que sustentam o ordenamento jurídico vigente. Trata-se, sem dúvida, de uma iniciativa que não contempla apenas a história, mas fortalece o presente e sedimenta o futuro da Justiça brasileira.
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— Por Memória Forense