Advocacia Pública: Guardiã do Interesse Público enfrenta desafios institucionais no Executivo
Em tempos de crescente demanda por accountability e responsabilidade institucional, a Advocacia Pública ressurge como um pilar essencial para o correto exercício do Poder Executivo. A recente análise publicada no Consultor Jurídico (ConJur) revela nuances da atuação jurídica dos órgãos de Advocacia de Estado, como a Advocacia-Geral da União (AGU), Procuradorias Estaduais e Municipais, levantando reflexões jurídicas complexas a respeito do papel da Advocacia Pública no equilíbrio entre legalidade e vontade política.
O papel constitucional da Advocacia Pública
Prevista no artigo 131 da Constituição Federal, a Advocacia-Geral da União representa a União, judicial e extrajudicialmente, além de exercer as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo federal. A função é replicada nos entes subnacionais, ancorada na busca pela legalidade, moralidade administrativa e proteção ao erário.
Trata-se, portanto, de uma advocacia de Estado e não de Governo, o que se traduz na sua missão de defender o interesse público, e não os interesses momentâneos de um governante.
Desafios contemporâneos da institucionalidade
Contudo, conforme demonstra o artigo original, obstáculos ainda persistem na consolidação dessa institucionalidade. Dentre os principais desafios enfrentados pela Advocacia Pública, destacam-se:
- A carência de autonomia funcional e administrativa;
- Pressões políticas que podem comprometer a imparcialidade da atuação;
- Estrutura inadequada em muitos municípios e estados;
- Falta de um marco normativo uniforme que valorize e fortaleça a carreira.
Doutrina e jurisprudência
Jurisprudencialmente, o Supremo Tribunal Federal tem reiterado em suas decisões que a Advocacia Pública deve contar com garantias de independência e atuação técnica. Em julgados como a ADI 4297, o STF reconheceu a importância da autonomia da advocacia estatal, destacando que a atuação do advogado público deve estar pautada por critérios técnicos e não políticos.
Conflitos éticos e resistências normativas
A linha tênue entre assessoramento jurídico e servilismo institucional é um terreno desconhecido para muitos gestores públicos. A consulta jurídica não pode se tornar um instrumento de moldagem da legalidade para fins duvidosos. Códigos de ética e órgãos de controle interno precisam atuar com rigor em casos de desvio de finalidade.
O futuro da Advocacia Pública enquanto agente de transformação
Portanto, frente às novas exigências de governança pública, a Advocacia Pública deve ser valorizada como eixo estratégico da gestão estatal. Tornar-se-á cada vez mais relevante em temas relacionados à improbidade administrativa (Lei nº 14.230/2021), licitações (Lei nº 14.133/2021) e políticas públicas com impacto social e ambiental.
É tempo de reforçar a identidade institucional da Advocacia Pública como vetor de controle legítimo da ação estatal, garantindo conformidade jurídica e proteção ao interesse coletivo.
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Por Memória Forense