Faculdade de Direito do Largo São Francisco Celebra Retomada Histórica de Sala de Aula
Na data de 12 de junho de 2025, a tradicional Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, pertencente à Universidade de São Paulo (USP), celebrou um marco significativo em sua trajetória: a reabertura oficial da Sala Visconde de São Leopoldo, que há décadas esteve desativada. O evento, que contou com a presença de membros do corpo docente, discentes, egressos e autoridades jurídicas, simboliza não apenas a preservação histórica, mas também a reafirmação do compromisso da faculdade com a memória institucional e a formação jurídica de excelência.
Degradação e Restauração: Suscetibilidade Jurídica do Patrimônio Público
A deterioração do espaço ao longo do século XX, ocorrida em razão do desuso e da falta de conservação adequada, levantou importantes discussões sobre a responsabilidade do Estado na proteção de bens públicos históricos, conforme previsto nos artigos 216 e 216-A da Constituição Federal. A negligência estatal com o patrimônio histórico pode configurar omissão administrativa, ensejando responsabilidade civil da Administração Pública, à luz do artigo 37, §6º da Carta Magna.
O processo restaurativo foi conduzido em parceria com a Sociedade dos Antigos Alunos e envolveu minuciosa pesquisa histórica e atuação de equipe especializada em restauro. O investimento contou com respaldo jurídico baseado na Lei nº 8.666/93, que trata das licitações e contratos administrativos, garantindo a transparência e legalidade nas aquisições e serviços contratados.
Configuração Histórica e Significado Pedagógico
A Sala Visconde de São Leopoldo, cuja nomenclatura homenageia o patrono da primeira cátedra de Direito Administrativo no Brasil, foi cuidadosamente revitalizada para manter sua configuração arquitetônica original. A recuperação dos detalhes nos pisos, teto, janelas e mobiliário foi fundamental para reforçar a memória material da cultura jurídica brasileira.
O espaço histórico será destinado a eventos acadêmicos, aulas magnas e palestras, ressignificando seu papel junto à formação discente e ampliando a consciência crítica sobre o legado jurídico nacional. Essa iniciativa alinha-se às diretrizes pedagógicas modernas voltadas à interdisciplinaridade e humanização do ensino do Direito.
Entre a Memória e a Função: Direito à Cultura
Como bem lembra o jurista José Afonso da Silva, o direito à cultura inclui a preservação dos bens materiais que compõem a identidade nacional. A atuação da Faculdade, assim, movimenta importantes dispositivos jurídicos da Política Nacional do Patrimônio — como o Decreto-Lei nº 25/1937 — e também fomenta práticas sociais de valorização da história institucional das faculdades de Direito latino-americanas.
- Artigo 215 da Constituição: Estado deve garantir o pleno exercício dos direitos culturais.
- Artigo 216: Define o que constitui patrimônio cultural brasileiro.
- Jurisprudência do STF: proteção ao patrimônio como direito fundamental difuso (RE 627432).
Memória Jurídica em Ação
A cerimônia de reabertura contou com discursos emocionantes, como o da decana da Faculdade, que ressaltou a importância da integração entre passado e presente. O evento também serviu como um lembrete inequívoco sobre a necessidade de fortalecimento das instituições jurídicas por meio da valorização de sua história viva.
Foi evidente o impacto simbólico no meio jurídico: resgatar um espaço tradicional fortalece o senso de pertencimento acadêmico e contribui para uma construção mais sólida da formação ética e jurídica dos profissionais do Direito.
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Publicado por Memória Forense