Dividida Suprema Corte dos EUA gera temor entre juristas sobre neutralidade institucional
O cenário jurídico norte-americano encontra-se sob análise crítica após recentes declarações da ministra Sonia Sotomayor, integrante da Suprema Corte dos Estados Unidos. Em pronunciamento público, a magistrada externou profunda preocupação com a postura dos demais ministros da Corte, acusando-os de favorecer, deliberadamente, os interesses do ex-presidente Donald Trump nas recentes decisões judiciais proferidas.
A crítica da ministra Sotomayor à condução processual
Durante uma sessão plenária, Sotomayor manifestou receios quanto ao que classificou como uma “erosão deliberada da imparcialidade judicial” por parte dos colegas conservadores. Segundo ela, decisões como a suspensão de processos criminais contra Trump ou o acolhimento de recursos com fundamentos frágeis teriam comprometido o equilíbrio e a credibilidade da Corte perante a sociedade.
“Estamos resvalando para um papel político que não nos pertence constitucionalmente”, disse a ministra, referindo-se ao artigo III da Constituição dos Estados Unidos, que estabelece a independência dos tribunais como pilar do sistema de justiça.
O espectro jurídico da imparcialidade e a legitimidade democrática
Advogados constitucionalistas expressaram preocupação sobre os efeitos colaterais dessas práticas, sobretudo à luz da famosa doutrina do devido processo legal (due process of law), prevista na Quinta e Décima Quarta Emendas da Constituição americana. A instrumentalização da jurisdição para interesses eleitorais seria clara violação aos princípios republicanos e democráticos, conforme já pontuado na jurisprudência da Suprema Corte em Caperton v. A.T. Massey Coal Co., Inc. (2009).
Precedentes perigosos para o sistema de justiça
De acordo com juristas, a criação de precedentes pautados por viés político pode comprometer a independência do Judiciário em longo prazo. O princípio da segurança jurídica (Rule of Law) estaria sendo relativizado por decisões de caráter oportunista, indicando um potencial rompimento institucional, caso essa lógica perdure.
Repercussões para o cenário eleitoral de 2024
Com o pleito presidencial americano iminente, analistas temem que decisões judiciais desconectadas dos princípios constitucionais possam influenciar diretamente o processo democrático. A dúvida quanto à neutralidade da Suprema Corte causa insegurança jurídica expressiva entre operadores do Direito que atuam nos Estados Unidos.
Reflexos e paralelos com o ordenamento jurídico brasileiro
No Brasil, episódios de tensão entre os Poderes e o papel moderador do Supremo Tribunal Federal têm suscitado debates semelhantes. Acompanhando os movimentos da Suprema Corte norte-americana, advogados e estudiosos do Direito Constitucional têm enfatizado a importância da rigidez institucional para a manutenção da separação de poderes, prevista no artigo 2º da Constituição Federal de 1988.
Argumenta-se, portanto, que a crise americana serve de sinal de alerta internacional quanto aos limites do ativismo judicial, da politização dos tribunais e da necessidade imperiosa de manter a credibilidade da função jurisdicional como essencial à Democracia.
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Por Memória Forense