Julgamento Inédito Isenta Empregadora Doméstica de Responsabilidade Civil por Acidente

Julgamento Inédito Isenta Empregadora Doméstica de Responsabilidade Civil por Acidente

Em decisão proferida pela 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal, foi afastada, de forma unânime, a condenação de uma empregadora doméstica ao pagamento de indenização por danos morais e materiais em razão de uma fratura no punho de sua empregada, supostamente sofrida no ambiente de trabalho.

Responsabilidade Civil e Elementos para a Configuração da Obrigação

A controvérsia girava em torno da alegação de que a empregadora teria sido responsável por deixar um objeto no caminho que supostamente causou a queda da trabalhadora. Na instância originária, a empregadora foi condenada ao pagamento de R$ 2.000,00 por danos morais e R$ 889,25 a título de danos materiais. Contudo, ao reanalisarem o caso, os magistrados da Turma Recursal afastaram os elementos caracterizadores da responsabilidade civil, especialmente no que tange à culpa e ao nexo de causalidade.

Análise Jurídica do Caso

Conforme o artigo 186 do Código Civil, para que haja responsabilidade, é necessário que se configure ato ilícito, dano e nexo causal. Entretanto, conforme destacado pelos julgadores, a mera afirmação de responsabilidade não foi acompanhada por prova robusta que estabelecesse a ligação direta entre a conduta da empregadora e o acidente ocorrido.

A ausência de prova pericial, testemunhal contundente ou qualquer outro instrumento que demonstrasse conduta culposa foi determinante para absolvição da ré. Nesta linha, a relatora destacou que “não basta a comprovação do dano e do vínculo empregatício, devendo existir demonstração probatória do dever de reparação”.

Aplicação da Teoria da Responsabilidade Subjetiva

Diferentemente de hipóteses que envolvem responsabilidade objetiva (como nos contratos de consumo — CDC art. 14), nas relações de trabalho de natureza doméstica prevalece a teoria subjetiva da responsabilidade, sendo indispensável a demonstração da culpa.

A decisão, portanto, segue sólida fundamentação jurídica, em consonância com a doutrina e jurisprudência dominante, reafirmando o princípio do in dubio pro reo no contexto das ações indenizatórias com alegação de acidente doméstico não comprovado.

Impactos da Decisão para o Direito do Trabalho Doméstico

  • Reforço à exigência de provas na imputação de responsabilidade civil.
  • Distinção clara entre ambiente laboral comum e doméstico.
  • Alerta à necessidade de cautela nas causas envolvendo danos morais por acidente de trabalho.

Além disso, abre-se precedente relevante para futuras ações que envolvam acidentes em locais de trabalho domiciliar, especialmente à luz das alterações trazidas pela PEC das Domésticas e os debates sobre equiparação de direitos.

Considerações Finais e Recomendações Jurídicas

Advogados que atuam com Direito do Trabalho e responsabilidade civil devem atentar-se à jurisprudência consolidada nas instâncias superiores e à necessária prova de culpa nos litígios similares. Esta decisão é um reforço ao devido processo legal e à isonomia processual entre empregadores e empregados, mesmo em relações marcadas por maior fragilidade contratual.

Se você ficou interessado na responsabilidade civil nas relações de trabalho doméstico e deseja aprofundar seu conhecimento no assunto, então veja aqui o que temos para ocê!

Por Memória Forense

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