Sentenças proferidas por juízo incompetente podem ser invalidadas integralmente

Sentenças proferidas por juízo incompetente podem ser invalidadas integralmente

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em recente julgamento, consolidou entendimento relevante ao reconhecer que não há convalidação dos atos processuais – inclusive sentenças – praticados por juízo incompetente, sempre que haja indícios anteriores de sua ausência de jurisdição. O caso concreto analisado envolveu atuação judicial em situação posterior à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que fixara a incompetência daquele juízo em razão da matéria e da territorialidade.

A decisão do STJ: a nulidade absoluta decorrente de incompetência

Segundo o relator, Ministro Ribeiro Dantas, a inobservância da competência, especialmente quando evidente, compromete a validade do processo desde o início. A orientação reflete entendimento pacificado de que, nos termos do artigo 564, inciso I, do Código de Processo Penal (CPP), a ausência de competência é causa de nulidade absoluta, impossível de ser sanada ou convalidada pelo decurso do tempo ou pela preclusão temporal.

Jurisprudência convergente com o STF

Vale lembrar que esta diretriz encontra-se em consonância com decisões proferidas pelo Plenário do STF no âmbito da chamada “Operação Lava Jato”, nas quais se reconheceu a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar ações penais envolvendo fatos desvinculados da Petrobras.

Em julgamentos emblemáticos como os Habeas Corpus 193.726 e 164.493, o Supremo destacou que a atuação sem respaldo jurisdicional fere o devido processo legal (art. 5º, LV, da Constituição Federal), corrompendo o conjunto de atos subsequentes, ainda que a controvérsia apareça em estágios avançados.

Impacto no sistema acusatório e na defesa

Com a declaração de nulidade das decisões exaradas por juízo incompetente, reabre-se o debate sobre o respeito ao sistema acusatório, que exige imparcialidade do julgador e a estrita observância das competências jurisdicionais, como definido nos artigos 69 a 73 do Código de Processo Civil (CPC) e no artigo 109 da Constituição Federal.

Esta posição fortalece a defesa técnica dos réus e o controle das garantias fundamentais, muitas vezes comprometidas nas fases iniciais de persecução penal por excessos e distorções operacionais.

Implicações práticas e doutrinárias

  • Possibilidade de revisão de decisões transitadas em julgado;
  • Rediscussão de penas e medidas restritivas de direito impostas indevidamente;
  • Ressarcimento por danos morais em virtude de condenações nulas;
  • Fortalecimento do contraditório e da ampla defesa.

O precedente destaca a importância da observância das balizas constitucionais e legais no manejo do processo penal e ressalta o papel do STJ como guardião da legalidade infraconstitucional.

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Assinado: Memória Forense

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