Criminalização Tributária: O Risco do Confisco Judicial

Criminalização Tributária: O Risco do Confisco Judicial

O debate sobre o limite entre a infração tributária e o crime tributário tem se intensificado nos últimos anos, especialmente diante da expansão do Direito Penal nos domínios do Direito Tributário. A clara distinção entre inadimplemento e dolo tributário é tema de reiterados julgamentos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrando um cenário de insegurança jurídica crescente para contribuintes e profissionais do Direito.

A Insegurança Jurídica e o Direito Penal Tributário

O Direito Penal Tributário caminha numa linha tênue entre a intenção arrecadatória do Estado e o respeito às garantias fundamentais do acusado. A jurisprudência evolutiva do STF, como no julgamento da ADC 49, tem proporcionado um novo fôlego ao tema, admitindo a criminalização da apropriação indébita de ICMS declarado e não recolhido.

Todavia, a criminalização do mero inadimplemento do tributo afronta diretamente o princípio da legalidade (artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal), bem como o princípio da intervenção mínima e da fragmentariedade do Direito Penal.

Aspectos Legais Relevantes

  • Art. 1º da Lei nº 8.137/90 – Trata dos crimes contra a ordem tributária.
  • Art. 5º, incisos II e LV, da CF/88 – Coloca em evidência os direitos de defesa e o devido processo legal.
  • Súmula Vinculante nº 24 do STF – Afirma que só existe crime tributário após o lançamento definitivo do crédito.

Jurisprudência Controversa e Perspectivas

No julgamento do RHC 163.334/SC, o STF reconheceu a possibilidade de penalização penal ao contribuinte que se apropria indevidamente do ICMS destacado em nota e não repassado ao Estado, mesmo que declarado. Esse precedente reverteu posições anteriores mais garantistas e expôs múltiplos contribuintes à responsabilização criminal.

Advogados tributaristas e penalistas devem ficar atentos: a consolidação dessa jurisprudência pode gerar um avalanche de denúncias contra empresários, criando clima de medo fiscal e criminal.

Direito Penal e o Princípio do Non Olet

A expansão do Direito Penal para as relações tributárias compromete seu papel de última ratio. A ponderação entre os princípios da arrecadação fiscal e da liberdade responsável do contribuinte é compromisso institucional de um Estado Democrático de Direito.

Recomendações para Advogados

  1. Atuar preventivamente junto ao planejamento tributário, sempre fundamentado na legalidade.
  2. Acompanhar de perto os julgados do STF e do STJ no controle difuso e concentrado de constitucionalidade.
  3. Reforçar estudos sobre criminal compliance tributário.

Se você ficou interessado na criminalização tributária e deseja aprofundar seu conhecimento no assunto, então veja aqui o que temos para você!

Por Memória Forense

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